quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O que fere a vista

Existem imagens que nos ferem a vista, por muito que nos possamos proteger com óculos escuros de hipocrisia e insensibilidade. A cada três segundos morre uma criança com fome e de doenças do 3º mundo, mas ninguém se choca. As Twin Towers tiveram cerca de 2.500 pessoas como vítimas, cairam tantas e tantas vezes na televisão, aliás parecia que Nova Iorque tinha sofrido um sismo de "World Trade Centers". Claro que lamento que tenham morrido 2.500 pessoas, mas a cada 3 segundos morre uma criança africana e ninguém liga, claro eles não vivem em escritórios de luxo, e tão pouco tem camaras a filmar as suas cabanas e por consequência a sua morte. Os média conseguem manipular, e exponenciar acontecimentos com uma leveza brutal. Faz lembrar o Ruanda em que só aconteceu um "genocidiozinho". Parece-me que em África todos podem morrer que ninguém se chateia muito. Aliás, a vida humana tem mais valor mediante origem e localização geográfica da mesma. A vida de um americano vale mais que a de 3 africanos bébés. Neste mundo de interesses escusos e ocultos, onde a verdade raramente é dita e onde a verdade é ficcionada e encenada com uns pinceladas de manipulação que alimenta as massas não pensantes, que comem notícias ao jantar cozinhadas nas agências de informação e redacções de jornalistas com patrões que advogam que se use uma receita fixa estipulada porque quem paga os ingredientes [anunciantes e clientes das agências]. Um telejornal fast-food tem tanto valor nutritivo noticioso quanto um bigmac feito à pressão e cozinhado mediante uma receita made in USA. O jornalismo independente e de investigação que busca a verdade é algo que não interessa a muita gente. Faz falta ao mundo verdadeiros jornalistas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vejo tudo sem precisar de abrir os olhos

Tanta coisas se passa, só não "vê" quem não quer. Ver é um processo perigoso, que pode ferir a vista dos mais ingenuos. Abrir os olhos é difícil, mesmo para os que conseguem ver alguns raios de luz de vez em quando. Mas ler nas entre-linhas e depois fazer-se luz e perseguir esse farol de verdade e conhecimento, requer coragem, porque neste mundo quem tem um olho é rei e tenta manter os olhos dos outros tapados. A cegueira colectiva, traduz-se em riqueza de alguns. Dêem-lhes circo e algum pão e nós enriqueceremos. O problema é quando o pão escasseia, e as marionetas de tão amorfas nem protestam. "É a crise", a culpa é da "crise". Ninguem tem culpa, e quem tem que pagar a crise são sempre os mesmos. Quem enriquece com a crise também. Como dizia um especulador americano muito conhecido: Em Wallstreet nada muda, apenas o dinheiro do bolso dos patos para o bolso dos tubarões. As grandes fortunas fugiram da bolsa há muito tempo, quem perdeu foram os trabalhadores através de fundos de reforma. E claro injecta-se dinheiro no sistema bancário para os pobres não perderem as suas poupanças, mas os pobres não tem poupanças! E o dinheiro que se injecta é do zé povinho. Sim porque os impostos são pagos na maioria por ele, porque não podem usar offshores.