sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Canivetes Suíços "swiss army knife" Victorinox ou Wenger na prisão e Novas Oportunidades, o novo Portugal

Estava eu inocentemente a passar os olhos pelos jornais de hoje quando na edição online do Diário de Notícias deparo-me com uma notícia que me espantou completamente, não sei se deva rir ou de chorar pelo mau futuro que os meus filhos, netos, bisnetos e todas a minha futura descendência de descendência irá ter. Deparei-me com uma notícia sobre a existência de venda autorizada de canivetes (serão os canivetes suíços e de boa qualidade, daqueles tipo "swiss army knife" da Victorinox ou da Wenger , todos artilhados e completos, com lima, serra de madeira e ferro, tesoura, chave de fendas, abre latas, tira caricas e saca-rolhas, esferográfica, lupa, palito e bússola? Ter todas as ferramentas dá jeito para as fugas e para andar escondido na floresta) no estabelecimento de Coimbra aos reclusos na cantina. Quer dizer, a cantina é estilo uma loja do chinês que vende “chinos”, sem que haja tráfico de seres humanos, pois não queremos que se cometam mais crimes dentro da cadeira do que aqueles que já cometeram os senhores hospedes que lá estão dentro.

Eu presumo que seja chato estar preso, mas agora não ter um canivete para cuidar da higiene das unhas e descascar uma maçã ainda é mais chato. Depois um tipo pode-se chatear com outro, ou mesmo com um guarda prisional porque não lhe deram a dose de metadona a tempo e horas, porque não gosta da marca da seringa que lhe deram para injectar a sua droga diária, ou porque lhe serviram o pequeno almoço sem crepes e doce de manga com ananás ou o almoço (ou jantar) não era de marisco com lagosta, ou o caviar não era beluga, pode ficar chateado devido a ter estado todo o dia sem fazer nada e qualquer motivo é bom para esfaquear um colega ou um guarda e fazer uma festa brava com sangue. Para cúmulo, como está preso, e se tem o “azar” de matar alguém não pode ficar em liberdade com Termo de Identidade e Residência. Agora que se verificaram ataques com os tais canivetes que se vendiam a 5 euros cada, entre reclusos, ameaçam os presos que os compraram e não os devolverem com punições. Vai ser ver todos a chorar, porque ninguém vai querer desfazer-se de um brinquedo deste tipo que tanta utilidade pode ter dentro de uma prisão. Mas eu sugiro uma actividade que pode ajudar a mitigar o stress provocado por esta perda e mesmo evitar o surgimento de traumas por tão vil separação de um objecto pelo qual deviam nutrir muita estima e amor. Sugiro que se criem hortas onde todo o recluso pode cultivar as suas ervinhas de fumar, pois algumas tem propriedades medicinais as (chamadas drogas leves) que acalmam os nervos e fazem menos mal que dar seringadas nas veias que só criam arteriosclerose a longo prazo.

Para o tempo livre que os reclusos tem, e visto que já não tem outros meios para limpar as unhas, que era uma das melhores actividades de preenchimento dos seus tempos livres, sugiro ainda que se crie um programa parecido com o das Novas Oportunidades em que todos os reclusos teriam um computador e cursos de reconhecimento dos seus conhecimentos, o chamado RVC (Reconhecimento e Validação de Conhecimentos), onde podiam ver as suas capacidades e conhecimentos práticos de gatunagem, maldade e violência, burla entre outras actividades, reconhecidas com a equivalência ao 9º ano e até o 12º ano. Para aqueles que já fossem reincidentes e depois que se destacassem com os melhores “resultados”, sugeria a criação de um curso superior, estilo os da universidade independente, onde iriam aprender como fazer crimes de colarinho branco e onde adquirissem os conhecimentos necessários para que eles pudessem ensinar, por exemplo as suas mães a comprar a pronto andares ou vivendas de alto valor, com um rendimento mensal inferior ao nosso salário mínimo. Deve-se fomentar por isso a reinserção do recluso no seu núcleo familiar afim de ser reconhecido e querido no seio das suas famílias (por exemplo pelo tio, primos, irmão, mãe e pai).

E mais, se notassem nessa pessoa recuperada do crime, capacidades de liderança, saber e sabedoria acima da média, devia-se pôr esse cidadão a governar Portugal, e não sejam preconceituosos por virem a ter um ex-criminoso no governo, porque em Portugal como poucos governantes são investigados por crimes de corrupção e tráfico de influências (e outros crimes) e menos ainda são os condenados, posso assegurar-vos que praticamente não existe essa criminalidade no nosso país. Podem até ficar mais seguros ainda, que esse ex-recluso, iria ficar rodeado de “boas companhias” no parlamento (quer estivesse no PS, PSD, CDS ou mesmo PCP) e por isso mesmo iria ser muito menor o risco desse ex-presidiário cair em tentação e voltar à vida do crime.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O que fere a vista

Existem imagens que nos ferem a vista, por muito que nos possamos proteger com óculos escuros de hipocrisia e insensibilidade. A cada três segundos morre uma criança com fome e de doenças do 3º mundo, mas ninguém se choca. As Twin Towers tiveram cerca de 2.500 pessoas como vítimas, cairam tantas e tantas vezes na televisão, aliás parecia que Nova Iorque tinha sofrido um sismo de "World Trade Centers". Claro que lamento que tenham morrido 2.500 pessoas, mas a cada 3 segundos morre uma criança africana e ninguém liga, claro eles não vivem em escritórios de luxo, e tão pouco tem camaras a filmar as suas cabanas e por consequência a sua morte. Os média conseguem manipular, e exponenciar acontecimentos com uma leveza brutal. Faz lembrar o Ruanda em que só aconteceu um "genocidiozinho". Parece-me que em África todos podem morrer que ninguém se chateia muito. Aliás, a vida humana tem mais valor mediante origem e localização geográfica da mesma. A vida de um americano vale mais que a de 3 africanos bébés. Neste mundo de interesses escusos e ocultos, onde a verdade raramente é dita e onde a verdade é ficcionada e encenada com uns pinceladas de manipulação que alimenta as massas não pensantes, que comem notícias ao jantar cozinhadas nas agências de informação e redacções de jornalistas com patrões que advogam que se use uma receita fixa estipulada porque quem paga os ingredientes [anunciantes e clientes das agências]. Um telejornal fast-food tem tanto valor nutritivo noticioso quanto um bigmac feito à pressão e cozinhado mediante uma receita made in USA. O jornalismo independente e de investigação que busca a verdade é algo que não interessa a muita gente. Faz falta ao mundo verdadeiros jornalistas.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vejo tudo sem precisar de abrir os olhos

Tanta coisas se passa, só não "vê" quem não quer. Ver é um processo perigoso, que pode ferir a vista dos mais ingenuos. Abrir os olhos é difícil, mesmo para os que conseguem ver alguns raios de luz de vez em quando. Mas ler nas entre-linhas e depois fazer-se luz e perseguir esse farol de verdade e conhecimento, requer coragem, porque neste mundo quem tem um olho é rei e tenta manter os olhos dos outros tapados. A cegueira colectiva, traduz-se em riqueza de alguns. Dêem-lhes circo e algum pão e nós enriqueceremos. O problema é quando o pão escasseia, e as marionetas de tão amorfas nem protestam. "É a crise", a culpa é da "crise". Ninguem tem culpa, e quem tem que pagar a crise são sempre os mesmos. Quem enriquece com a crise também. Como dizia um especulador americano muito conhecido: Em Wallstreet nada muda, apenas o dinheiro do bolso dos patos para o bolso dos tubarões. As grandes fortunas fugiram da bolsa há muito tempo, quem perdeu foram os trabalhadores através de fundos de reforma. E claro injecta-se dinheiro no sistema bancário para os pobres não perderem as suas poupanças, mas os pobres não tem poupanças! E o dinheiro que se injecta é do zé povinho. Sim porque os impostos são pagos na maioria por ele, porque não podem usar offshores.